Empreendedorismo no setor artístico e cultural – um potencial a ser explorado.

Segundo a Revista Exame (mai/19), citando levantamento feito pelo IBGE, 320 mil empresas no Brasil estão voltadas para a produção cultural (quase 6% do total de empresas no país). Além disso, empregam formalmente cerca de 3,7 milhões de pessoas e são responsáveis por 8,5% dos postos de trabalho.

O crescimento médio anual dos setores criativos no Brasil foi de mais de 6%. Esse índice é superior ao do aumento do PIB nacional nos últimos anos, com cerca de 4,3%, segundo pesquisa feita pela consultoria PricewaterhouseCoopers. Pesquisas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) indicam uma participação de 7% de bens e serviços culturais no PIB mundial, com crescimento anual previsto em torno de 10% a 20% no Brasil.

Apesar de todo esse potencial, o setor ainda não recebeu a atenção devida. Carece de uma alavancagem das produções nacionais e da construção de espaços de lazer – atualmente apenas 21% das cidades brasileiras contam com salas de teatro e apenas 9% possuem salas de cinema. O uso da cultura para aquecer a economia exige ações diferenciadas.

O ex-ministro da Cultura e atual Secretário da Cultura do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, afirmou que o Brasil poderia se tornar uma potência no setor da indústria cultural assim como os Estados Unidos – que ao longo do século 20 consolidou-se como a principal matriz cultural e criativa no mundo, e continua seguindo por esse caminho neste século 21.

Profissionalização do setor

Considerando esse cenário, resgatamos um vídeo muito interessante que captamos durante a realização da Feira de Empreendedorismo Artístico – FEA 2019, nos dias 25 e 26 de agosto, no Espaço JK, em São Paulo, SP.

Totalmente voltada para os empreendedores e profissionais de teatro, cinema, televisão, circo, comédia, teatro musical e outras atividades relacionadas às artes e à cultura, a feira trouxe conteúdo de excelente qualidade e muita troca de informações e experiências. Uma importante contribuição para a qualificação e profissionalização do setor em questões ligadas ao negócio artístico e cultural – pelo viés administrativo, financeiro, mercadológico etc.

Visão de negócio

Um dos pontos altos foi a palestra do Eduardo Saron, Presidente do Itaú Cultural e Conselheiro da Cultura do Estado de São Paulo. O tema: “A visão do Patrocinador”. Saron deu excelentes dicas para o produtor cultural que busca viabilizar seus projetos através de um patrocínio – como apresentar uma proposta; a importância do alinhamento do projeto ao core, causa, coerência e propósito da empresa; entre outras.

Vale a pena ouvir o que ele tem a dizer no vídeo abaixo. Assista, e deixe seus comentários.